sexta-feira, 27 de março de 2009

Hepatites Virais

Hepatite

• É toda e qualquer inflamação do fígado e que pode resultar desde uma simples alteração laboratorial, até doença fulminante e fatal.
• Existem várias causas de hepatite, sendo as mais conhecidas as causadas por vírus (vírus das hepatite A, B, C, D e E).
• Em comum, todas as hepatites têm algum grau de destruição das células hepáticas. A grande maioria das hepatites agudas são assintomáticas ou leva a sintomas incaracterísticos como febre, mal estar, desânimo e dores musculares.
• Hepatites mais severas podem levar a sintomas mais específicos, sendo o sinal mais chamativo a icterícia, que caracteriza-se pela coloração amarelo-dourada da pele e conjuntivas.
• Associado pode ocorrer urina cor de coca-cola (colúria) e fezes claras, tipo massa de vidraceiro (acolia fecal).

Propriedades Virais

Ø Vírus A

• Pertence a família Picornaviridae, gênero Hepatovírus;
• Partícula esférica de simetria cúbica;
• Composto de RNA de filamento único linear;
• Não possui envelope.


Ø Vírus B

• Pertence a família Hepadnaviridae, gênero orthohepadnavírus;
• Provoca infecções crônicas, principalmente em lactentes;
• Importante fator no desenvolvimento de hepatopatia e carcinoma hepatocelular;
• Apresenta-se sobre 3 formas morfológicas:
Partícula Dane – o vírion completo, infeccioso e capaz de se replicar;
Partículas esféricas – são menores;
Partículas filamentosas – tubulares de diâmetro similar às esféricas, mas com comprimento 10x maior.

Partículas esféricas
Constituídas de HBsAg, são componentes
desmontados da partícula Dane, sem ácidos nucléicos.
Partículas filamentosas


• O envoltório contém HBsAg;
• O genoma viral consiste em DNA de fita dupla e envelope;
• É uma forma especial de vírus de DNA, pois em vez de replicar seu DNA diretamente, ele passa através de um estágio intermediário de RNA, lembrando um retrovírus.


















Ø Vírus C

• Pertence a família Flaviviridae, sem designação de gênero;
• Foi denominada por eliminação, hepatite não A não B (NANB);
• Única fita de RNA envelopado;

Ø Vírus D (delta)

• Pertence ao gênero Deltavirus, com família não classificada;
• O antígeno HDV consiste em uma fita simples de RNA, + curta e com capsídeo;
• O HDV contém Ag-delta (HDAg) circundado por um envoltório de HBsAg (vírus defeituoso);
• Está associado às formas mais graves de hepatite em pacientes HBsAg-positivos, podendo ocorrer com uma hepatite aguda (forma de co-infecção) ou crônica (forma de superinfecção).


Ø Vírus E

• Pertence a família Caliciviridae, sem designação de gênero;
• Genoma viral é constituído de RNA de fita simples e não possui envelope;
• É outra forma de NANB;


Epidemiologia e Patogênese

•Hepatite viral A

• Distribuição mundial;
• A transmissão é orofecal através de contato pessoal íntimo;
• Surtos de hepatite A são comuns em famílias e instituições, acampamentos de férias, creches, UTI neonatais e tropas militares;
• A doença clínica manifesta-se mais em crianças, adolescentes e adultos (taxas mais elevadas entre 5 – 14 anos de idade);
•A relação entre casos anictéricos e ictéricos é de 1:3 para adultos e 12:1 em crianças;
•Aparecimento discreto dos sintomas (exs. febre baixa, fadiga, dores abdominais, perda de apetite, náuseas, vômitos) urina escura castanho-avermelhada, fezes amarelo-esbranquiçadas;
•Adultos são geralmente mais sintomáticos;
•Complicações são raras;
•Muitos casos se resolvem espontaneamente em 2-4 semanas;
•Recuperação completa: 99% dos casos e resulta em imunidade para a vida toda.

Hepatite viral B

• Distribuição mundial;
• Modo de transmissão e a resposta à infecção variam,dependendo da idade e da época;
• A maioria dos lactentes infectados desenvolve infecções crônicas;
•Grupos de alto risco para infecção por HBV: usuários de drogas injetáveis, pessoas internadas, profissionais da área de saúde (10.000 por ano nos EUA), pacientes politransfundidos, pacientes transplantados, pacientes de hemodiálise e equipe médica, pessoas promíscuas e recém-nascidos de mães com hepatite B.
• A relação entre infecções anictéricas e ictéricas atinge 4:1
•O HBsAg pode ser detectado na saliva, em lavados nasofaríngeos, no sangue, no líquido menstrual e nas secreções vaginais;
• A transmissão ocorre de portadores para contatos íntimos por via oral ou sexual ou por outras exposição íntima;
• Até 50% dos pacientes dialíticos que contraem hepatite B podem tornar-se portadores crônicos (HBsAg).

Hepatite viral C

•Distribuição mundial;
•É transmitida por agulhas contaminadas compartilhadas, transfusão de sangue e derivados, lesões ocupacionais por agulhas e transmissão sexual;
•As infecções por HCV são, em sua maioria subclínicas;
•Mais de 50% dos pacientes com HCV desenvolvem Hepatite Crônica e alto risco para Cirrose.

Hepatite viral D

• Distribuição mundial, porém não uniforme;
• O HDV infecta todos os grupos etários, principalmente os politransfundidos e usuários de drogas intravenosa e seus contatos íntimos;
• 3 – 12% dos doadores de sangue com HBsAg positivo apresentam anticorpos contra o HDV;
• Epidemiologicamente, a hepatite D está ligada à epidemiologia da hepatite B;
• Mediação por resposta imune -> Existem 2 formas de hepatite D: ->>Superinfecção com HBV (aquisição de hepatite D em portadores crônicos de hepatite B)
->> Co-infecção com HBV.

•Hepatite viral E

• Se assemelha à hepatite A pela transmissão fecal-oral;
• Causa doença similar à hepatite A, incubação 40 dias (15-60), evolução para cura, curso benigno, sem caráter crônico;
• Casos esporádicos e epidemias -> consumo de água contaminada por fezes HEV+. Ex. Índia 2 milhões de novos casos/ano;
• Ocorre de modo epidêmico nos países em desenvolvimento;
• O HEV não causa doença hepática crônica mas, por alguma razão inexplicada, é responsável por uma taxa de mortalidade de mais de 20% em gestantes.

Diagnóstico

•Hepatite A

• A identificação é feita nas fezes, no soro ou no plasma, pela detecção de IgM anti-HAV;

•Hepatite B

• Baseia-se na identificação dos antígenos de superfície da hepatite B (HBsAg) que podem ser detectados com anticorpos;

•Hepatite C

• Existem testes específicos para a detecção de anticorpos contra o vírus da hepatite C, baseados em antígenos recombinantes, obtidos por clonagem do genoma viral, porém o teste detecta apenas os anticorpos e não o vírus em si;

•Hepatite D

• No caso de se tratar de uma co-infecção, o diagnóstico é feito com base no aparecimento de antígenos e de anticorpos específicos no sangue. Os anticorpos anti-VHD desenvolvem-se tarde, na fase aguda, e normalmente diminuem após a infecção. Na superinfecção, o VHB já se encontra no organismo antes da fase aguda, surgem anticorpos contra o VHD das classes IgM e IgG, sendo que estes últimos persistem por tempo indefinido. É possível, também, pesquisar no sangue o antígeno Delta. A progressão para o estágio crônico está associada à presença de níveis elevados de IgM anti-HD e IgG anti-HD.

•Hepatite E

• Estão sendo desenvolvidos testes de detecção de anticorpos contra o VHE, utilizando antígenos obtidos por clonagem molecular. Estes testes ainda não são utilizados de rotina.


Bibliografia

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hepatite;
http://www.roche.pt/hepatites/hepatited/diagnostico.cfm;
• TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. Microbiologia. 6 ed. Porto Alegre. ArtMed;
• TRABULSI, L. R.; ALTERTHUM, f. Microbiologia. 3. ed. Rio de Janeiro. Atheneu;
Grupo:
Izilmara Cristina
Luadja Lima
Sara Caroline