sexta-feira, 17 de abril de 2009

Streptococcus




Introdução

Compreeendem um conjunto heterogêneo de cocos Gram-positivos, que se dividem num só plano, agrupando – se em cadeias de tamanho variável.

Fazem parte da microbiota normal da boca (Streptococcus sanguis e Streptococcus mutans), pele, intestino e do trato respiratório superior, embora, devido às variedade de manifestações clinicas são importantes agentes infecciosos.

Necessita de meios enriquecidos, geralmente pela adição de sangue, para o seu crescimento.

Nenhum fabrica a enzima catalase, sendo, portanto, catalase-negativos. Uma distinção dos Staphylococcus que são catalase - positivos.

São aeróbios preferenciais e anaeróbios facultativos.

Classificação

Os Steptococcus são classificados como:

beta-hemolítico(quando causam a lise total das hemácias);

não- beta-hemolítico, que se divide em : alfa-hemolíticos (quando causam a lise parcial das hemácias) e gama ou não – hemolítico.

Os estreptococos beta-hemolítico são identificados com base fisiológicas e sorológicas. Já os beta-hemoliticos são identificados pelas propriedades fisiológicas.

Nos grupos sorológicos a identificação baseia-se na presença de um polissacarídeo encontrado na parede celular, denominado de carboidrato C.

Os grupos de Lancefield

Baseado no polissacarídeo a Drª. Rebeca Lancefield resolveu dividir os estreptococcus em 20 grupos que correspondem as letras maiúsculas do alfabeto: (A,B,C,D,E,F,G,H,I,J,K,L,M,N,O,P,Q,R,S,T e U) .

O método é amplamente aceito para o estreptococcus beta-hemoliticos. Mas, não apresenta utilidade para a identificação dos não-beta-hemolíticos.


Morfologia e Arranjo


Suas células são esféricas e ovais medindo aproximadamente 0,5-2,0 μm de diâmetro;

Conjunto heterogêneo de cocos;

Dividem-se em um único plano;

Agrupam-se em cadeias;

São imóveis, pois não apresentam órgãos de locomoção como cílios e flagelos.

Diversidade

Um sistema diferente de diferenciação dos estreptococos de importância médica permite dividi-los nas seguintes categorias:

estreptococos beta-hemolíticos (também denominados estreptococos piogênicos);

pneumococos;

estreptococos do grupo D;

estreptococos viridans.

Streptococcus pyogenes
Características

Presença do polissacarídeo A de Lancefield que é um polímero de N-acetilglicosamina e ramnose;

Pode ser dividido em tipos sorológicos , graças à presença , na parede celular, de duas proteínas: M e T .

Patogenicidade

As infeccções mais freqüentes causadas pelo Streptococcus pyogenes localizam-se na faringe e amígdalas( faringoamigdalites) que podem dar origem a febre reumática e glomerulonefrite.

Pele (piodermites e erispela). A mais característica é o impetigo, que se inicia como uma vesícula que progride rapidamente para uma lesão recorberta por crosta espessa.

Fatores de Virulência


Além da fímbria, que possibila a fixação da bactéria à mucosa faringoamigdalina, e da toxina eritrogênica, resposável pelo eritrema da escarlatina , o Streptococcus pyogenes possui estruturas e elabora produtos que participam, em maior ou menor grau, de sua patogenicidade.

Diagnóstico

É feito pelo isolamento e identificação do microorganismo;

O isolamento é facilmente obtido contendo ágar-sangue, onde o mesmo forma colônias beta-hemolíticas;

A maneira mais segura para identificar o Streptococcus pyogenes é verificar se o estreptococo isolado possui o carboidrato do grupo especifico.


Tratamento


Vários antibióticos apresentam boa atividade contra o Streptococcus pyogenes, mas o de escolha é a penicilina G.

Streptococcus pneumoniae

Características


Conhecido também como pneumococo;

Anaeróbios facultativos;

Pertencem ao grupo alfa-hemolítico;

Estão presentes em 40-70% do trato respiratório dos adultos, sem sintomas. Porém, se os mecanismos que protegem o individuo estiverem comprometidos, este adquire a doença;

Os pneumococos são sensíveis à optoquina ou bílis, detergentes fracos, ao contrário de outros estreptococos, e esta característica é útil para os distinguir.

Patogenicidade

Pneumonia: pneumonia lobar e broncopneumonia. Febres altas (39-41ºC), com tosse e expectoração amarela purulenta. Ocorre frequentemente após doença respiratória viral (e.g. gripe), que destrói os cílios do epitélio respiratório permitindo à bactéria instalar-se e multiplicar-se sem ser expulsa pela ação mecânica dos cílios. A mortalidade é de 5%.

Meningite: infecção das meninges do cérebro que é uma emergência potencialmente fatal. O pneumococo é a principal causa de meningite em adultos. Inicio súbito de dores de cabeça, vômitos, sensibilidade à luz. O tratamento com antibióticos tem de ser instituído pouco depois do inicio dos sintomas ou a morte torna-se inevitável.

Septicemia: invasão e multiplicação no sangue. Mortalidade muito elevada. Normalmente ocorre após multiplicação num órgão específico sem limitação efetiva.

Fatores de Virulência

Cápsula protege da fagocitose e do reconhecimento pelo sistema imune.

Adesinas que permitem a adesão às células da faringe, epitélio respiratório e no aparelho auditivo.

Pneumolisinas: são proteínas secretadas que desestabilizam as membranas da células humanas, destruindo-as. Ativam o complemento, usando-o contra as células do hóspede.

Protease de IgA: inativa este tipo de anticorpos presentes nas mucosas

Diagnóstico

O diagnóstico da infecção é feito pelo isolamento e identificação do microorganismo. A diferenciação entre os pneumococos e outros estreptococos que formam colônias semelhantes é feita pelo teste de sensibilidade à optoquina, de preferência, associado ao teste de solubilidade em bile.

Streptococcus viridans

Características

Em geral são alfa-hemolíticos, não possuem antígenos dos grupos B ou D, não são solúveis em bile e a maioria não cresce em caldo contendo altas concentrações de sal;

A maioria dessas espécies faz parte da flora normal das vias aéreas superiores, em particular, dos diferentes nichos ecológicos da cavidade oral.

Tem papel importante na formação da placa dental, devido a sua capacidade de sintetizar glicanas a partir de carboidratos.

Patogenicidade

Bacteremia;

endocardite subaguda;

abscessos;

infecções do trato geniturinário;

infecções de feridas.

Diagnóstico

O diagnóstico confirma-se através da positividade das hemoculturas .

Bibliografia:


http://pt.wikipedia.org/wiki/Streptococcus

http://www.hc.ufpr.br/acad/clinica_medica/dermatologia/piodermites.htm

Tortora, Gerard J. Microbiologia/ Gerard J. Tortora, Berdell R. Funke e Christine L. Case; Agnes Kiesling Casali. [et al.] – 6ª ed. – Porto Alegre: Artmed, 2000.

Realizadores:
Lorena Guedes
Gisele Riccely

Um comentário:

  1. Olá, sou da Odonto e gostaria de fazer
    Meu Tcc sobre S. Mutans. Vcs teriam alguma sugestão de tema? Obrigada e aguardo breve retorno meu email eh anakassia@secrel.com.br

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